quinta-feira, 30 de julho de 2009

Guia de Amã

Não era para o blog virar - apenas - uma vitrine profissional. Mas como estou sem tempo de escrever boludices, como dizem os argentinos, só dá para postar o que vai saindo. Em fevereiro estive na Jordânia e as matérias vão saindo aos poucos. Esta semana estreou no UOL o guia de Amã, a capital. Logo mais vem o de Petra (devem estar esperando porque a próxima novela das oito tem cenas por lá, e estreia em setembro...). Aliás, se souberem de veículos interessados em matérias sobre a Jordânia, temos fotos e textos (ó o comercial!). Clique AQUI para ver o guia.

Foto: Fotonauta

domingo, 19 de julho de 2009

Lu Patinadora

Roubei esse vídeo do blog da Naif . Bueno, não é um grande roubo, já que está tudo em casa. Acho que é meio velhinho na rapidez da web, mas para quem ainda não viu... aí vai:

Domingo no Parque

E já que o tema do domingão pelo jeito é infantil, descobri um jeito do colocar a revista para visualização direta aqui:

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Cena de filme...B

Hoje fotografaram o apartamento para possível locação de um filme. Devem estar precisando de algo assim meio-decadente-meio-intelectual-meio-de-esquerda-com-cara-de-Vila-Madalena -- mas com uma terrazita perfeita que salva e faz esquecer a decadência interior. Bueno, até aí tudo ok. Mas à medida que ele ia fotografando eu ia me dando conta de quanta coisa atulhada, quanta coisa que deveria estar no lixo, quanta coisa às quais já "me acostumei e foi ficando". É o bocal de lâmpada com fio à vista, a veneziana quebrada, o banheiro descascando e aquela linda máquina de lavar estragada transformada em mesa de apoio na cozinha - o auge do design. E no final eu já estava morrendo de vergonha de ter eternizado isso em imagens que desconhecidos vão ver para selecionar a locação - "Que podre!", "Que muquifo!", vão pensar. É hora de tomar vergonha na cara e fazer o que há anos vou deixando para amanhã... Não deixe para amanhã o que deveria ter feito... em 2004.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Já na bancas!

Saiu o especial Hotéis-fazenda e Resorts no Interior que editei para o Guia 4 Rodas. Com o friozinho que está fazendo, bem que eu gostaria de estar na frente de uma lareira comendo pinhão e tomando chimarrão. No guia, as melhores opções para este programa.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu gostaria de ser

Fui convocado pelo Maurício Oliveira, do Vida de Frila, a responder cinco coisas que não sou e gostaria de ser. Vamos lá:

1 - Organizado por natureza: não tem jeito, já tentei lutar contra, mas não dá. De seis em seis meses faço listas de coisas para resolver: e as perco. Todo ano compro uma agenda: e uso metade de janeiro. Meus contatos estão distribuídos em post-its colados em todos os cantos. Minhas fontes estão espalhadas em bloquinhos mil empilhados, sem ordem, não sei aonde. Para achar um telefone de um amigo tenho que dar um gmail search com a palavra tel. + contato + nome da pessoa, porque, invariavelmente, já pedi a ele o telefone para entrar em contato e, claro, não anotei na agenda. Agenda? Ha-ha-ha.

2 - Magro por natureza: quem foi criado à base de embutidos, nata, requeijão, frituras em banha de porco, geléias, tortas e mais tortas paga o preço por isso. Só para se ter uma idéia, nosso "lanchinho" das 10 horas - entre o café e o almoço fartos - quando criança era: uma salsicha, uma fatia de pão caseiro com geléia e nata, um - ou meio - ovo e um café ou achocolatado para rebater. Deu no que deu. Some-se esta cabeça gorda + herança genética + preguiça eterna, e é uma vida lutando contra a balança. Um brigadeiro vai diretamente para o tecido adiposo. Um pastel vai, sem escalas, para a bóia eterna que circunda meu abdomen... Pior que tento me enganar: meu principal esporte é inscrever-me em academias. Academia? Ha-ha-ha.

3 - Inteligente por natureza: sabe aquelas pessoas que lêem qualquer coisa e quardam na cachola? Invejo. Invejo muito. Sempre fui CDF por pura falta de inteligência natural. Tinha que ler mil vezes, escrever, repetir em voz alta para fixar - por alguns dias, ainda por cima. E sigo assim. Entrevistas têm que ser anotadas tim tim por tim tim porque saiu da sala me esqueço da metade. Lendo um livro tenho que voltar mil e tantas vezes para lembrar com exatidão dos personagens (Cem Anos de Solidão foi um parto). Mergulhar em um tema é difícil porque lá pela quinta braçada tenho que voltar para a largada. Ser como o Capote, que não anotava nada, mas lembrava de tudo? Ha-ha-ha.

4 - Rico por natureza: simplesmente adoro aquelas matérias das revistas-quero-ser-alternativo-descolado-easygoing que contam a saga do empresário-que-largou-emprego-numa-multinacional-e-vive-de-surfe. E segue-se o texto do carinha de nem trinta anos que trabalhava na Nokia ou similar e hoje viaja o mundo vivendo num casebre de palha onde tem "altos picos", faz pranchas, come peixe pescado na hora e essas coisas naturebas-ripongas-uhu! mais. Lá no meio ele conta quando viajou para Paris aos sete, para a China aos treze, que se descobriu no Havaí aos 15 e por isso decidiu largar tudo para morar no Taiti. Ahã. Largou tudo menos o sobrenome de três ou quatro palavras, a herança quatrocentona, a mesada que chega na conta. Largar tudo sem ser rico por natureza? Ha-ha-ha.

5 - Europeu por natureza: ok, ok, essa força a barra. Mas nesse momento, tendo que fechar à distância uma revista porque não consigo o visto, sim, queria ser europeu por natureza - ainda que esteja com a veia latino-americana mais forte do que nunca. Sem ha-ha-ha nessa.

Dito isso, passo a bola para mais cinco blogueiros: Érika, Caco, Carline, Malu e Henrique.

Chega! Chega de Twitter

E eu continuo com minha cruzada solitária e mesopotâmica contra o Twitter. Não dá, não aguento mais. Você abre qualquer revista, qualquer, e lá tem uma matéria envolvendo Twitter. É a viagem que a repórter fez usando o troço (e conseguiu do twitteros dicas que ela facilmente teria olhando um guia qualquer, nada de novo). É o grupo de publicitários-que-adoram-ser-in bolando publicidade no negócio. São os escritores da Flip twittando durante a mesa redonda (detalhe, participando na mesa: vá prestar atenção no debate!). São os escritores-modernex-que-adoram-o-mercearia-são-pedro publicando pelo Twitter (z...z...z...z...z..z....z...). Sim, estou ranzinza. Chega de Twitter pelamordedeus!

PS.: lembram do Second Life, a última bolacha do pacote em tecnologia há uns dois anos? Pois é, naufragou.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Que livro é você?

Vi a dica divertida no site da Malu. É um teste do site Educar para Crescer. Você responde algumas questões e, no final, descobre que livro brasileiro você seria. No meu caso, Antologia Poética, do Drummond. Ficou curioso? Faça o teste clicando AQUI.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Momento infância

Bah! E não é que lançaram um box de DVDs (com caixa de lata e tudo) do Jiraya? Nunca fui muito fã, mas bateu cerca melancolia. A lembrança do Kisuco (tinta pura, sabor "doce", simplesmente), do Toddy comido de colherada (não tomo leite desde criança), da Farinha Láctea Nestlé (de colherada também), dos bolinhos de chuva...

domingo, 28 de junho de 2009

Into the wild

Li o livro (de Jon Krakauer). Vi o filme (de Sean Penn). Comprei o CD (trilha de Eddie Vedder, Pearl Jam). E agora não consigo ouvir outra coisa. O videoclipe de Rise, abaixo, inspira a colocar a mochila nas costas - again.

sábado, 27 de junho de 2009

A melhor resposta aos deputados

Assunto: Nota de esclarecimento do Casseta & Planeta aos Deputados.. LC

Vejam a noticia... Depois leia a resposta do pessoal do
Casseta e Planeta aos Deputados...

O Globo (Brasília):
Câmara se queixa do "Casseta & Planeta"
Pressionada por deputados, a Procuradoria da Câmara vai reclamar junto à Rede Globo pelas alusões feitas no programa "Casseta & Planeta", exibido terça-feira passada. Os parlamentares reclamaram especialmente do quadro em que foram chamados de "deputados de programa". Nele, uma prostituta fica indignada quando lhe perguntam se ela é deputada? O quadro em que são vacinados contra a "febre afurtosa" também provocou constrangimento. Na noite de quarta-feira, um grupo de deputados esteve na Procuradoria da Câmara para assistir à fita do programa.
Segundo o procurador Ricardo Izar (PMDB-SP), duas parlamentares choraram-coitadinhas. Izar se encontrará segunda-feira com representantes da emissora, para tentar um acordo, antes de recorrer à Justiça. O presidente da Câmara também se disse indignado: - O programa passou dos limites. Eles têm talento suficiente para fazer graça sem desqualificar a instituição (que
instituição???), que garante a liberdade para que façam graça. O diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger,disse que a rede só se pronuncia sobre ações judiciais, depois de serem efetivadas. Os humoristas do Casseta & Planeta não quiseram falar sobre o assunto, dizendo não querer "dar importância à concorrência".

NOTA DE ESCLARECIMENTO


"Foi com surpresa que nós, integrantes do Grupo CASSETA & PLANETA, tomamos conhecimento, através da imprensa, da intenção do presidente da Câmara dos Deputados de nos processar por causa de uma piada veiculada em nosso programa de televisão. Em vista disso, gostaríamos de esclarecer alguns pontos:

1. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender as prostitutas. O objetivo da piada era somente de comparar duas categorias profissionais que aceitam dinheiro para mudar de posição.
2. Não vemos nenhum problema em ceder um espaço para o direito de Resposta dos deputados. Pelo contrário,
consideramos o quadro muito adequado e condizente com a linha do programa.
3. Caso se decidam pelo direito de resposta, informamos que nossas gravações ocorrem às segundas-feiras, o que obrigará os deputados a "interromper seu descanso."

Equipe do Casseta & Planeta

sexta-feira, 26 de junho de 2009

E essa do Michael me lembrou...

... De quando "matei" figurão um ano antes da sua morte. Pior foi virar três noites sem dormir - na real, três noites - para fechar uma revista especial (detalhe: uma revista inteira em dois repórteres, para "não vazar" a informação, nem pai e mãe podiam saber e meu chefe ia para a rua ligar do celular, maior teoria da conspiração) e no fim o cara não capotar. Nunca desejei tanto o fim de alguém... Ainda hoje acredito, sim, que ele morreu naquele fim de semana e foi mantido no gelo por um ano.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quadrilha

Carlos era romântico

Luís, educadíssimo
Juan: orgasmos múltiplos
Ricardo tinha covinhas
Fausto era engraçado
Cris, um gentleman
Caio a fez feliz
João foi comprar cigarros
Casou-se com Pedro Augusto, o da Mercedes prata

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Portas e janelas

Agora que a vida de frila engrenou, posso tirar melhores conclusões. A melhor delas é que a vida sem arreios deixa espaço para que novas portas - e janelas - se abram. A gente acaba conhecendo mais gente, se envolvendo em projetos, ampliando horizontes. E de um café pode surgir um idéia, de um frila despretencioso pode aparecer outra proposta bacana, de um email trocado para um amigo que há tempos não tinha tempo de mandar um alô pode pintar a idéia de uma matéria mirabolante. Mesmo que não renda em nada, só o fato de descobrir que, sim, podem haver janelas coloridas, já torna a vida mais divertida.
Deserto de Wadi Rum, Jordânia. No fundo, a montanha que inspirou Lawrence das Arábias a escrever os sete pilares da sabedoria.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mais do Twitter

Tem uma piadinha agora já clássica dos defensores do Twitter para pregar a agilidade da nova ferramenta:

Jornal: lennon assassinado ontem.
Blog: lennon acabou de ser baleado.
Twitter: tem um cara estranho pedindo autógrafo ao John.

Não questiono a agilidade do Twitter, longe disso. Não questiono que ele é uma nova ferramenta de divulgação de informação. Questiono a qualidade da informação. Ainda acho que o cara que viu o cara estranho pedindo autógrafo vai vasculhar os blogues depois para se informar sobre o que aconteceu, e o blogueiro que comunicou que Lennon acabou de ser baleado vai atrás do "grandes meios satânicos" (para usar um termo que condiz com as discussões dessa semana sobre o caso do blog da Petrobrás) para saber o nome do cara estranho, de onde ele veio, que diabos tinha na cabeça... e por aí vai.

E mantenho minha pergunta: para que saber neste instante se em cinco minutos vou ler no blog, em algumas horas (ou nem tanto) na TV e terei a história completa nos jornais e revistas?

domingo, 7 de junho de 2009

Kit-pobre-mochileiro

Seis itens que não podem faltar no kit-pobre-mochileiro para uma viagem budget:

- saco de dormir: essencial para quem viaja pela Europa nas empresas lowcost e tem que pegar voos em horário malucos, tipo 5 da matina, e para não gastar em táxi pega o último metrô, a 1h. No aeroporto de Barajas, em Madri, já sabíamos até o cantinho escuro perfeito para as horas de soneca. Essencial também quando os lençóis dos albergues estão com higiene duvidosa ou para dormir de Couchsurfing (isso vale um post em breve).

- máscara de dormir: eu sei, é ridícula. Mas permite a escuridão em qualquer lugar, em qualquer canto. Qualidade de vida, qualidade do sono. Depois de dormir com uma dessas no vôo, no albergue (onde abrem a porta a todo instante), no busão... descobrimos que vale passar pelo ridícilo.

- MP3: apesar de não ser muito fã, porque acho que faz parte da viagem "ouvir a cidade", em alguns momentos vem a calhar, principalmente nas viagens longas. Basta colocar no repeat um Damian Rice que é sono garantido.

- Havaianas: essa é velha, mas sempre vale lembrar. Principalmente para quem vai para albergues com o banheiro de higiene duvidosa - um clássico dos albergues. Mas vale também quando a bota de caminhada está um lixo e tem que ir dentro de um saco lacrado na mala - com um adesivo de "radioativo", de preferência. Calça e Havaianas na viagem de volto: um hit mochileiro.

- Despertador: o do relógio até vale para quem não tem sono de pedra. Mas vale garantir e não perder o voo, o ônibus, a parada do trem no meio da viagem, o horário de um passeio...

- Toalha: alguém já viu o Mochileiro das Galáxias? Pois então, a regra 1 do mochileiro: nunca esqueça sua toalha. Valem aquelas que secam pior que toalha nova mas cabem em qualquer canto, vale até tolha feita de fraldas - secam rápido, cabem em qualquer canto, uma grande descoberta. Outro clássico mochileiro? Toalha pendurada do lado de fora da mochila, quase uma bandeira tremulando anunciando um viajante budget.

PS.: porta-dinheiro que vai dentro da calça, cadeado, sacos plásticos para roupa suja... Sim, também são itens essenciais, mas esses todo mundo sabe, não?
Atenas - Grécia - Mochilão 2008

sábado, 6 de junho de 2009

Para pais contemporâneos

Não gostamos do termo pais "modernos", então usamos contemporâneos. Não entendemos porque tudo tem que ser rosa e azul-bebê quando o tema é bebê e criança, por isso adotamos outro estilo. Acreditamos que ser pai e mãe hoje em dia não os transforma em ñoños, para usar um termo espanhol meio sem tradução, mas que acho que nem precisa explicar. Naif tem arte, cultura, design, arquitetura, música, livros, estilo de vida... e é uma revista para pais. O projeto é de brasileiros, mas é a primeira revista espanhola para pais contemporâneos. Na primeira edição, já foi escolhida entre as mais bacanas do mundo no projeto We love magazine e está exposta em Tóquio com umas dezenas mais de publicações do mundo todo. E, sim, não estou modesto neste momento. Para folhear o número de verão que saiu esta semana, basta clicar AQUI e entrar no link echar una ojeada - vulgo, dar uma folheadinha.

Para quem quer fazer a assinatura da Naif desde o Brasil é só depositar 50 euros(142 reais) na conta poupança bradesco:
0017884-5
agencia 1599-7
cpf 451530944-72
Edenice Azevedo Oliveira
Enviar o comprovante do banco e o endereço de envio para:
suscribe@naifmagazine.com

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mulheres fruta

O que fazer nos dois minutos antes da entrevista marcada? Não, não vou começar a escrever um texto, nem ler a pesquisa para a reportagem. Sobra boludear por UOL, Globo.com, Kibeloco e cia para matar o tempinho. Sempre, sempre, há uma manchete "bombástica" sobre as mulheres fruta: moranguinho, melancia, melão, caviar (ok, há outros gêneros alimentares)... Olha, é de tirar o chapéu para a assessoria de imprensa desse povo. São, talvez, os profissionais mais criativos da imprensa brasileira. Esses dias a assessoria de Sabrina Boing Boing (quem?) - que não é fruta, mas joga no mesmo time - conseguiu emplacar manchete com ela usando máscara cirúrgica (contra a gripe suína, claro) no check in do aeroporto... em São Paulo. Detalhe: Congonhas (só voos domésticos). Pior não é eles fazerem isso: estão cumprindo seu papel. Pior é os grandes sites "comprarem" a maracutaia. Pior ainda é eu perder meu tempo lendo. Mas, vá lá, são só dois minutinhos antes da entrevista.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Duro pela profissão

Esses dias li no blog Vida de Frila, do Maurício Oliveira, algo sobre o que topamos fazer no início de carreira. Bueno, depois que vim para SP, no século passado, uma das minhas primeiras atribuições na Playboy era fazer a crítica dos filmes pornô. Ok, ok, até que divertido... Um trabalho para se levar para casa, óbvio - difícil era explicar para a empregada evangélica, que sempre dava de frente com uma pilha de filmes na sala, que aquilo era algo profissional. Depois de um tempo, acho que era o único cara que pulava as cenas de sexo dos pornôs para saber o "enredo". Pior quando o editor pedia "Eu quero números! Números!". E lá ia eu contar. Fácil? Nem tanto. E quando tinha uma gang bang? Perdia a conta. E quando há dois objetos ocupando o mesmo espaço - numa maneira polida de dizer - conto uma ou duas vezes? Dilemas do início de carreira...

Em tempo: da minha época de crítico pornô, recomendo o Projeto Uranus, uma megaprodução com cenas de sexo na gravidade zero e a grande Silvia Saint.

Entre tapas e queijos

Compenso o título ridículo com dicas preciosas (em vários sentidos) para quem está ou pretende ir para Madri. Como já disse, a tradição das tapas está acabando. É balela dizer que em todos bares espanhóis você ganha fartos acepipes sempre que pede uma cervejinha ou até um café. Hoje em dia, no máximo vem uma azeitoninha murcha ou um pãozinho meio duro. Mas, garimpando bem, ainda dá para encontrar bares que são a salvação dos pouco endinheirados. Como menos de 6 euros dá para beber e comer uma profusão de tapas. Minha segunda casa era o El Tigre. É o mais central e mais fácil de achar, mas há outros nos bairros. Quem estiver por aí, por favor vá por mim:

Casa Pepe - pede uma cãna por algo como 1,50 euros, vem uma porção de asinhas de frango. Serve também "de grátis" alguns embutidos e até orelha - essa passo, próximo petisco, por favor. Calle Celanova, 19. Se não me engano no Barrio de Pilar.
O Toxo - serve uma porção de empanadas gallegas deliciosas por cada cañazita - não mais que 1,50 euros. Calle Bronce, 35.
Lus Enemigues - uma profusão de tapas por cada caña, uns 2 euros. Tem salsicha, chorizo, almôndegas, batatas bravas, croquete... Calle Ezequiel, 115.
El Boñar de León - o mais carinho, ou melhor, menos baratinho. Por 2 euros vem a caña acompanhada de tapas como patatas bravas ou ao alioli, asinhas de frango, tortilla... e até um pratinho de, digamos, comida de verdade, como paella. Calle Cruz Verde, 16.


El Tigre: ok, as tapas não estão parecendo apetitosas na foto.
Mas garanto que são boas. E é essa quantidade que vem por cada caña.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Extraño España

Já são 5 meses longe das tapas, das cañas, da movida madrileña, da Europa... Já passou o período do choque, do baque. Sei que não é o melhor momento para ressaltar algumas vantagens de morar na Espanha. A coisa está muito, muito preta. Mas, enfim, vamos ao que echo de menos da vida por lá.

- passe ilimitado de transporte público: ônibus, trem, metrô na faixa com apenas um passe mensal, de pouco mais de 40 euros. Melhor, todo sistema viário interligado e bom.

- passagens de avião quase de graça: ir para Londres por 30 euros, para Paris por 27, para Berlim por 70 (ida e volta), para Santander (país Basco) por 40 centavos, sério, 40 centavos, com taxas.

- o preço justo das coisas: não está com dinheiro no bolso para comprar um queijo top de linha? No supermercado vai encontrar as bandejas com um adesivo gigante de 1 EURO. Quer se dar um luxo? Ao lado tem o queijo melhor - mas a diferença não vai arrombar o orçamento. É o preço justo. Quer mais qualidade, paga-se um pouco mais. O problema é quando tudo tem o mesmo preço - vide os queijos dos nossos supermercados, para citar um exemplo prático.

- promoções que, realmente, são promoções: nas famosas rebajas compra-se Zara, H&M e cia com descontos de até 70%, na real. Blusa de lã por 5 euros? Comprei. Jaqueta por 10 euros? Está no armário. E não é produto vagabundo, não.

- as tapas: pede una cervejinha, vem um prato de tapas (coisa cada vez mais rara ma Espanha, mas descobrimos os lugares certos). Comer, beber e estar turbinado para a festa com menos de 6 euros.

- andar sem medo: demora para se acostumar que é possível caminhar de madrugada pelo centro de Madri sem ter que ficar checando se o trombadinha não está à espreita. Acontece? Sim, mas em menor proporção - e sem revólver... ok, ok, pode até ter uma faca...

- trabalhar para viver e não viver para trabalhar: é uma relação diferente com o trabalho. Varar a madrugada fechando é um defeito, não uma qualidade. Ficar depois do expediente? Estás loco, hombre? Melhor são os bares e afins que, em pleno verão de agosto, ruas cheias de gente, colocam a plaquinha: De vacaciones hasta septiembre. Será que a crise vai mudar isso?


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Porque não quero Twitter

Posso algum dia me arrepender deste post. Posso algum dia descobrir as maravilhas do Twitter. Posso ser um boçal tecnológico. Mas, no momento, posso dar 5 razões para não querer um Twitter:
1 - Porque já é difícil organizar o turbilhão de informações que chegam por jornal, TV, internet, celular, revistas, MSN, Orkut e o escambau... Não, não preciso de mais.
2 - Porque se o "furo" que está "acontecendo agora" no Twitter é realmente importante - e mesmo se não é - vai estar em 5 minutos na home do UOL, à noite no Jornal Nacional, amanhã nos jornais e sábado nas semanais. Não, não quero saber antes de todos.
3 - Porque os amigos que importam, e se importam, mandam email e ligam quando querem conversar, programar algo, sair ou, como dizem os argentinos, simplesmente boludear (não fazer nada).
4 - Porque há melhor maneira de gastar 140 toques de leitura.
5 - Porque não quero seguir ninguém e muito menos ser seguido.


segunda-feira, 30 de março de 2009

Quadrilha - versão alternativa

João era dotado
Cláudio, pianista
Carmem foi a primeira
Judite, a última
Pedro e Ruth: menáge
A turma do teatro: suruba
Rex foi fiel
Ricardo, amor platônico
O porteiro: fetiche
Helena a traiu
Valter sodomizou
Os gêmeos: loucura
Ricardo: tortura
Terminou abraçada a uma samambaia - parecia apaixonada

* Da série Quadrilha, do meu antigo e finado blog

Into the Wild

"Gostaria de repetir o conselho que lhe dei antes: acho que você deveria promover uma mudança radical em seu estilo de vida e começar a fazer corajosamente coisas em que talvez nunca tenha pensado, ou que fosse hesitante demais para tentar. Tanta gente vive em circunstâncias infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo, tudo isso que parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito aventureiro do homem que um futuro seguro. A coisa mais essencial do espírito vivo de um homem é sua paixão pela aventura. A alegria da vida vem de nossos encontros com novas experiências."(do filme Into the Wild)


Post livremente furtado do blog da Maluzete

terça-feira, 24 de março de 2009

Ó, vida! Ó, céus! Ó, azar!

Vida de freela tem dessas: passamos a reparar mais em determinadas coisas... e a repensar outras tantas. Almoço todos os dias no mesmo "quilo" (sei lá, talvez para pelo menos ver alguma cara conhecida no meio do dia). Sozinho com meu prato e minha Pepsi Twist Light, os ouvidos ficam mais atentos às mesas ao redor, dominadas, em sua maioria, por Almeidinhas. Em nenhuma, friso: nenhuma, o papo não é outro senão reclamações e fofocas do trabalho. Um verdadeiro muro das lamentações trabalhistas. Ok, é o esporte nacional - mais que o futebol chego a dizer. Ok, são colegas de trabalho praticamente obrigados a comer juntos todo santo dia. Mas, como espião do almoço alheio, posso dizer: é deprimente, é feio, é triste. Pior que eu fazia o mesmo... e gostava. Voltarei a ter este hábito? Não sei. Mas por enquanto prefiro ficar sozinho com meu prato e minha Pepsi Twist Light.

terça-feira, 17 de março de 2009

Jordânia - Nos passos de Indiana Jones

Jordânia é o país de Petra, uma das novas maravilhas do mundo. É o país do Mar Morto, aquele no qual não se afunda. É o país do Monte Nebo, onde Moisés viu a Terra Prometida. É o país de Wadi Rum, deserto das aventuras de Lawrence das Arábias. E por lá também Indiana Jones viveu suas peripécias. Mas Jordânia também é um país de gente afável, no melhor estilo da hospitalidade beduína, prá lá de famosa. Sempre há um café - do tipo turco, com borra - e uma mesa farta para receber os visitantes. É terra de um povo alegre.


Beduíno em Little Petra. Mais fotos, para quem tem orkut, clique AQUI.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Mais uma do pai babão

Só falo nisso nos últimos tempos... Mas vai se novo: a Naif está indo para as bancas da Espanha e pontos selecionados em NY, Londres e Paris amanhã. Para quem está longe, tem um chorinho da revista, num site onde dá para ver algumas páginas ampliadas, clicando AQUI.

terça-feira, 10 de março de 2009

Pai coruja

Ok, podem me acusar de pai babão, mas essa é para contar para os amigos - e inimigos (tenho inimigos?). A Naif, revista para "pais modernos" ou "para a nova geração de pais", que edito na Espanha foi selecionada no Japão para a mostra WE LOVE MAGAZINE LIBRARY. Não sabemos como nos descobriram, mas o fato é que estamos entre as mais descoladas-modernas-alternativas-e-afins revistas do mundo. Isso no número 1. Isso com uma revista para pais. Para dar uma olhada nas revistas que participam, basta clicar AQUI.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Vida de frila

Ainda estou me acostumando à vida sem chefes - pelo menos chefes diretos, pois indiretos a gente acaba ganhando vários. Porém, minha grande angústia é ficar esperando a resposta dos emails enviados sugerindo pautas. Estou adquirindo a ridícula compulsão de toda hora ficar checando a caixa de entrada (tenho que parar com isso, desligar e ponto). Pior que alguns (minoria, ainda bem) nem um "não, obrigado" se dignam em responder. É apenas uma questão de respeito com o companheiro de profissão que usou alguns neurônios pensando neles... Tenho que ler mais o blog do amigo e grande jornalista Maurício Oliveira para descobrir com tornar menos angustiante essa vida de frila.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ainda sobre a amizade

Confesso. Vi BBB, ou melhor, vejo BBB. Mas ontem até que o Bial insinuou uma coisa que é certa. Você percebe quando realmente tornou-se amigo de alguém quando, numa conversa, aquele minuto de silêncio deixa de ser algo angustiante. Amigos podem se permitir minutos de silêncio. Aliás, podem passar uma tarde inteira lado a lado sem a necessidade de dizer uma palavra para preencher os espaços. É bonito o momento que você percebe que a amizade chegou a este ponto.

Mais uma vez Erikinha, exercendo seus minutos de silêncio.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Da arte de cultivar amigos

"A gente se vê!". E nunca aparece. "Vamos tomar um chopinho". E o chopinho nunca acontece. "Pode deixar, te mando um email". E o único que chega é aquele spam de Feliz Natal!
A grande desculpa é sempre o tempo. E seguem-se frases que conhecemos muito bem: "Bah, minha vida está uma correria". "Fiquei até de madrugada fechando". "Não posso falar agora, te ligo em dois minutos" (e dois minutos viram dois meses). Já fui especialista nessas frases, todas elas. Nos últimos meses tentei mudar. Cultivar amigos demanda, sim, um certo esforço. Demanda um tempo que às vezes não temos... ou melhor, que decidimos priorizar com o trabalho. Mas sempre vamos estar na correria. Sempre vai ter algo urgente para resolver. Então porque não gastar uma horinha tomando um café? Então porque não relaxar um pouco na mesa de bar? Cada vez mais creio que é uma questão de escolhas. Basta um pouco de esforço. Basta deixar uma horinha livre na agenda. Basta treinar a arte de cultivar amigos. Afinal, são desses encontros que virão as melhores lembranças de nossas vidas.

Eu e Erikinha em Paris. Mesmo com uma tese de doutorado, ops, mestrado, para terminar, ela tirou uns dias para passear sem rumo, tomar vários cafés e conversar sobre a vida. Obrigado por ter me dado parte do seu pouco tempo, Kikks.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Tem carnaval no El Viajero

Publicaram este sábado no El Viajero minha matéria sobre o carnaval de Recife e Olinda. Sempre é meio complicado emplacar alguma pauta de Brasil no suplemento. Para eles é algo caro e distante. E até é lógico pensarem assim, já que só a passagem sai uns mil euros e com isso ou menos se viaja um mês pela Europa. Para ler a matéria, clique na foto.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A imagem das palavras

Alguém já tinha me cantado a bola, mas acabei me lembrando deste site vendo o blog da super Suzana - aliás, blog mais que recomendado para quem quer inspirar-se a sair pelo mundo, redescobrir a beleza de se ter amigos, aprender a valorizar desde as pequenas coisas da vida. No site wordle.net você joga um texto seu ou coloca o endereço do seu blog e ele gera uma "word cloud" ou "nuvem de palavras". Fiz o teste com um texto do início do La Terrazita, quando já estava em Madri, mas ainda não tinha começado a trabalhar no El País.
Adorei que o sonho não sucumbiu à realidade.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Frase do dia

La mejor cosa de las personas de 30 es que tenemos pasado y futuro!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

De volta a casa

Pois é, já faz algum tempo que voltei. Mas para manter a tradição, faço o post com atraso.
Temas palpitantes (e surreais) que encontrei na volta:

* A onda das mulheres fruta
Mulher melancia, mulher moranguinho, mulher jaca... Eita, está feita a festa da uva! Toda a crasse da mulher brasileira.

* Homem mantén sequestrada ex-namorada e amiga dela
O caso que abalou o país, e teve um final bem brasileiro.

* Pai joga filha do prédio
E ainda tem coragem de contar uma história absurda e queria culpar o porteiro?

* CQC
Além da enjambração do nome (Custe O Que Custar, não seria COQC então?), o programa é bem mais certinho que o Caiga Quien Caiga da Espanha. Lá eles metem feio a bronca nos políticos, sem medo. E a sintonia do Marcelo Tas com outros dois na bancada? Só eu fico com vergonha por eles quando vejo o programa?

* Mallu Magalhães
Hein? É sério isso?

* Mallu Magalhães e Marcelo Camelo
Hein? É sério isso?

Bueno, mais do mesmo, sempre.

domingo, 12 de outubro de 2008

Diário visual

Sempre levava um diário de viagem. E a história se repetia. No meio eu me cansava de escrever ou escrevia por obrigação de escrever. Desta vez decidi fazer um sketchbook, ou seja, um diário visual. Não, não sei desenhar, tenho bem claro isso. Por isso trabalhei mais com simbologias, com detalhes, com imagens que me vinham à cabeça. Abaixo, algumas páginas. Não é para tentar entender. Algumas são impressões muitos pessoais do que a cidade representava.


Veneza - Itália


Praga - República Tcheca


Amsterdam - Holanda


Viena - Áustria


Florença - Itália

sábado, 11 de outubro de 2008

Da arte de dormir em ferry boat

O bilhete comprado dizia: DECK. Era o mais barato, óbvio. Confesso que a idéia de dormir ao relento no deque de um ferry boat dava orgulho ao meu sangue mochileiro. Bah! Não sou um turista pijo que compra cabine ou os tais "airport seat". Somos mochileiros, pô! Qué venga el deck! Ancona (Itália) - Patras (Grécia). 25 horas de viagem. Nossa estréia em ferry boat. Marinheiros de primeira viagem, entramos no monstro de lata e seguimos as ordens dos guardinhas do navio que nos olhavam com cara de nojo e mandavam subir e subir e subir os seis andares, passar pelos corredores acarpetados, vislumbrar os bares e restaurantes pelo caminho até abrir uma porta e sentir o vento na cara e o cheiro de óleo queimado: eis o deque. A cena é insólita. Mochileiros de todas as estipes correndo contra o tempo para estender seu saco de dormir no canto que vai chamar de seu - e ninguém tasca! - nas próximas 25 horas. A regra é "reservar" seu espaço, de preferência onde haja uma "cobertura" qualquer. Vai que chove no meio da noite? Encontramos um banco de madeira em forma de meia lua, embaixo de um teto, com vista para a piscina: é nosso! Estávamos crentes que éramos os reis supremos do deque, os melhores, os mais espertos. Nossa ilusão durou mais ou menos uma hora, quando decidimos que o lugar estava assegurado contra okupas e podíamos circular pelo navio. Quando entramos, vimos o quão principiantes éramos. Todos os corredores internos estavam lotados de mochileiros "profissionais". Sim, eles sabiam que a regra é a seguinte: quem tem o bilhete DECK pode dormir em qualquer lugar, qualquer mesmo, desde que não atravanque o caminho. Vale corredor, vale debaixo da escada, valem os confortáveis sofás do restaurante ou do bar. É um vale tudo. Dentro faz um frio de lascar, mas está livre do cheiro de óleo, das mudanças climáticas repentinas e do barulho do motor. Bueno, vencidos pela preguiça de desfazer nosso cafofo no teto do navio, ficamos por lá. Nem foi tão mal quanto prevíamos. Mesmo os pobres podem defrutar do bar, da boate, do restaurante, das lojinhas, do cassino, do banheiro com água quente, das TVs, da piscina. Como niños perdidos em uma loja de briquedos, nem sentimos as 25 horas. Ok, ok, a noite foi meio dura com o vento açoitando a cara, com a porta se abrindo e trazendo a brisa de freezer do interior do navio, com a família de sérvios (PS.: I hate Sérvia, de onde fui deportado) tomando todas do nosso lado, com o colchão de madeira, tendo que se equilibrar em um banco com uns 50 centímetros de largura... Mas, enfim, podia riscar da caderneta de "coisas para fazer antes de morrer" o tópico "dormir do deque de um navio". Abaixo, umas fotos deste e de outros deques da mesma viagem (sim, foram 5 ferrys no total).

Os "reis do deque" no ferry entre Ancona (Itália) e Patras (Grécia). Marinheiros de primeira viagem, nem sabíamos o paraíso mochileiro que se escondia nos corredores internos.


Esse era trash! Entre Atenas e Santorini, na Grécia. Cheiro de óleo queimado e esses bancos FDP para dormir. Não, nesse ferry não rolava compartimento interno. Mas a viagem durava apenas umas doze horas.


Agora, sim, eu já era um profissional! No ferry entre Santorini e Atenas descolei essa suíte de luxo, num corredor "sem saída" do lado da escada. Ah! Detalhe para o acessório imprescindível: máscara de dormir. No início meus amigos tiravam sarro, no final da viagem todos tinham a sua.


No mesmo ferry (Santorini-Atenas), a ala feminina. No canto esquerdo Maria, uma brasileira que encontramos por lá. No canto direito Vanessa, mexicana com quem eu estava viajando. No meio as duas gregas que já estavam acampandas ali quando chegamos.


O ferry mais "luxo", entre Patras (Grécia) e Bari (Itália), com direito a vidros que barravam o vento. Porém, como era um ferry super novo, já estava adaptado com um design "anti-pobres-mochileiros". Simplesmente não tinha corredor onde dormir sem atrapalhar o trânsito! Mesmo assim era clean, perfeito, silencioso, praticamente vazio... até.... as duas da manhã, quando parou em um porto e entraram dezenas e dezenas de famílias do leste europeu e dominaram todo o deque com seus jogos de cartas, tupewares de pepino, crianças berrentas, roncos e afins.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Saudade

Saudade no fundo é bom. É bom porque nos faz lembrar constantemente de quem mesmo longe está perto da gente. Perto na memória, perto no coração. É bom porque saudade vem com recuerdos e nunca são lembranças ruins. Sempre são acontecimentos, imagens, cheiros e sensações que marcaram. Saudade pode ter cheiro de café. Pode ter textura de cobertor (ah! aquela manta carcomida cor de amarelo ovo, o bom e velho frugui-frugui). Pode ser a visão da manteiga derretendo em um pão de aipim. Pode ser o recuerdo de uma lágrima vertida dentro de um ônibus rumo a Curitiba numa madrugada bajo cero na rodoviária de Caçador. Saudade é a prova mais fiel de que amamos. Pais, irmãos e amigos.

Abaixo, duas fotos de coisas que me despertaram saudade em Dresden, Alemanha, já explico porque:

Bolo de requeijão. A especialidade da Dona Lisette, minha mãe. Nem na Alemanha fazem um tão bom quanto o seu.


E não é que tinha um bar com o nome da cidade onde nasci?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

De volta à terra...

Depois de um mês boludeando pela Europa, de volta à terra. Atualmente em Valencia, onde fico mais um tempinho para fechar o próximo número da revista Naif. O número Premium (ou seja, zero) está amanha nas bancas de toda a Espanha! Quando tiver internet fixa conto mais sobre isso e sobre a viagem. Voltei à terra, voltei ao blog.

Para dar um "vistazo" na Naif, tem o site: http://www.naifmagazine.com/

sábado, 9 de agosto de 2008

Havia uma Servia no caminho...

Cena final - Chuva torrencial na fronteira entre Hungria e Servia. 21 horas. Mochilao ao lado, toalha saindo pelo fecho mal fechado pela pressa, tênis sujo amarrado na mochila, passaporte com um grande carimbo vermelho com palavras em um idioma ininteligível dizendo algo como "barrado", "rechazado", "negado" ou "anulado".



Pois é. Fui deportado da Servia. Deportado é um elogio, pois coloquei meio pé lá.



A história comeca em Praga, onde descobrimos a fantástica passagem a 70 Euros de Praga a Estambul, que seria nosso próximo destino, mas que para ir teríamos que ir a Budapeste e a Bucareste meio a contragosto, porque íamos perder dias. Já tinha checado se precisava de visto para Turquia e a rota mais lógica iria por Bulgária, entao nem me preocupei. Mas tinha uma Servia no meio do caminho.



O policial com cara de servio mal entra no ônibus, pede o passaporte, procura o visto que nao existia, claro. 1 - nao imaginava que iríamos pela Servia. 2 - nem supunha que precisávanos de visto para o país (deveria ter checado, sei). Tensao no ônibus. O motorista nervoso me pede para sair com tudo. Os dois amigos argentinos que viajam comigo nao entendem nada. Eu nao consigo explicar nada com o policial mal servio no cangote. Baixo tudo. Tendo negociar em inglês, que eles nao devem ter idéia de que língua é. Nada feito. Apontam para a Hungria, metros adiante. Saio desolado, lembrando de ter tido a meus amigos que "se vayan" a Estambul por mim.

A chuva nao pára. O Policial Mal me leva para o ponto onde os ônibus que fazem o caminho contrário passam. A missao é tentar que algum me leve. Nada feito na primeira hora. Quem iria levar um brasileiro que está no meio da fronteira porque foi rechazado por Sérvia? Nisso, vejo dois caras vindo de mochila no canto da rodovia, que nao tem acostamento. Os carros passam por um fio deles. Eram os dois argentinos, que desceram do ônibus para seguir viagem comigo. A fdp da mulher que era uma espécie de tradutora dos motoristas mentiu para eles que eu voltaria e o ônibus seguiu adiante, até o momento que eles quase se jogaram em cima do volante para parar o ônibus e descer.

Bueno, finalmente um ônibus rumo a Viena topou nos trazer. Detalhe: primeiro que vejo que ainda tem classe "fumantes". Hoje, de Viena, rumo para Veneza. Já conheco, mas é o mínimo que posso fazer pelos meus amigos que desistiram de Estambul.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

De mochila

Pois é, acabou-se a festa...

Seis meses que passaram como seis dias. Dias incríveis. Meses incríveis. Muito aprendido. Ainda mais a aprender. Tempo de pensar. Tempo de parar. Tempo de refletir. Tempo de curtir. Foi tempo de tudo isso.

Agora de mochila pela Europa.
Londres foi incrível. Quatro dias apenas. Muito de caminhar pelas ruas, fazer piqueniques nos parques, sentar em um pub e boludear, simplesmente. O melhor para fazer em Londres é boludear, caminhar sem rumo, parar para o cafezito obrigatório e apenas ver a gente que passa.

Hoje em Amsterdan. Que cidade! Parace uma cidade de contos de fada. Uma cidade de contrastes. Milhares de bicicletas pela rua. Milhares de gente pela rua. Prostitutas em vitrines. Maconha nas esquinas.

Amanha, Praga.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Tropa de Elite

Ufa! Finalmente saiu, entrou hoje no ar a matéria que fiz do Tropa de Elite. O encerramento da bolsa que está acabando. Depois de amanhã, Londres, Amsterdan, Praga, Turquia... Sem tempo para escrever nos últimos tempos...
Segue o link da matéria. Pena que foi só no site:

http://www.elpais.com/articulo/cultura/Tropa/elite/torturador/convierte/heroe/elpepucul/20080728elpepucul_3/Tes

terça-feira, 15 de julho de 2008

A última de El Viajero

Saiu este sábado a matéria sobre dicas da gastronomia paulistana. Bueno, comecei com 30 dicas, mas no final saíram catorze. Uma página no El Viajero. A última matéria - pelo menos como fixo do El País, porém há um caminho aberto para freelas. Engraçado que foi a primeira que escrevi e a última que saiu. Na versão em papel, tem foto do A Figueira, do Pirajá e duas (!) do Astor.

Até agora estava na capa do El Viajero: http://elviajero.elpais.com/
Mas se por acaso eles tiraram, encontras aqui: http://elviajero.elpais.com/articulo/buena/vida/Laberinto/sabores/Sao/Paulo/elpepisupvia/20080712elpvialbv_1/Tes

Esqueci de postar outra que saiu há algumas semanas, sobre uma exposição de fotos:
http://elviajero.elpais.com/articulo/viajes/Viajando/Joao/elpviavia/20080614elpviavje_2/Tes/

Quem entrar, deixa um votinho recomendando elas :)

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Tenemos tortilla, tenemos jamón. España campeón?

Lemos a pérola acima na camiseta de um grupo de torcedores que embarcavam para Berlim com a gente justo no momento em que comentávamos que os espanhóis são péssimos como torcida. Explico o porquê:
1 - eles não sabem fazer canções de torcida. As que usam são algo entre o pré-primário e a segunda série do primeiro grau - vide o "slogan" que o grupo teve a coragem de imortalizar numa camiseta. No jogo das semi-finais um grupo gritava: "Este partido nos vamos ganar"... E por aí vai...
2 - eles não acreditavam na seleção - vide o ponto de interrogação no final do "slogan. A grande aposta é se iam passar das quartas de finais.
Nossa suspeita é que tudo começa com o hino espanhol, que não tem letra. Sim, não tem letra. Meio frustrante não soltar a voz quando começa a música no estádio, não?
Bueno, mas Espanha tem tortilla, tem jamón e É CAMPEÓN! Ruas cheias de gente (sem um canto lá muito definido), praças lotadas (sem um showzinho pré-organizado), mas muita alegria (essa sim, comum a qualque torcedor que vê seu time ter uma conquista histórica, tenha ele, o torcedor, canto ou não). E nossa alegria era tão grande quanto de estar aqui neste momento.

Fonte da Plaza de Legazpi, tomada por espanhóis depois da vitória.


Outra de fonte da Plaza de Legazpi.


O caminho até Plaza de Cibeles, local tradicional de comemoração.


Plaza de Cibeles, onde se podiam ouvir cânticos como: "el día 29, España campeona". Hein???

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Vitrine

E a escolhida da viagem a Sevilha é...


Sevilha - Espanha - Abril 2008

Sevilla!

Depois de Las Fallas, em Valência, nosso circuito das festas espanholas teve uma parada em Sevilha. Era a Feria de Abril, uma das festas mais famosas do país. O ônibus nos deixou na estação umas quatro da matina. Ao sair, nos deparamos com uma mulher saindo do táxi vestida como uma autêntica espanhola, assim como vemos nos filmes: vestido comprido de bolinhas, cabelo preso com um adereço. Ficamos surpresos. Parecia, para ela, ser a coisa mais natural do mundo estar vestida assim. Bueno, fomos para a casa onde nos hospedaríamos. Qual nossa supresa quando, ao acordar, abrimos a janela e... dezenas de mulheres vestidas assim pela rua. Os homens usam uma roupa característica também. Depois de dois dias de festa, nos acostumamos com a cena e quase começamos a achar normal. Seguem algumas imagens da Feria de Abril.


"Que roupa colocarei hoje? Ah! Aquele vestidinho simples e cômodo que tenho no armário". Era o chiste que não cansamos de fazer ao circular pela cidade vendo figuras como essa senhora.


A Feria acontece um pouco mais distante do centro da cidade. E chique, mesmo, é chegar nessas "carruagens". "Oitenta euros? Não, obrigado, vamos a pé, mesmo.


As chicas vão com os vestidões, alguns chicos vão como este, mas a maioria vao "normal" mesmo. A regra na Feria é todos irem às casetas (as tendas onde tem música, comida e festa) com suas melhores roupas, para ver e serem vistos.
A foto acima é no parque onde estão as casetas. É como um bairro com mais de 100 barracas. A grande maioria - e as melhores - são privadas, ou seja, é necessário ser convidado ou comprar um passe que pode valer até uns 500 euros. Nós que não somos bobos nem nada aproveitamos a distração de uns seguranças e entramos em DOZE em uma caseta privada, e por lá ficamos, dançamos, comemos e tomamos muita manzanilla, a bebida típica da Feria, uma espécie de aguardente que sobe fácil, fácil...


"Que roupa coloco na minha filha para a festa? Ah! Aquela simples e cômoda!"

Nova editoria, novas matérias

Pois é, a notícia já é meio velha. Semana passada mudei do El Viajero para a editoria Domingo. Fechamos um suplemento com esse nome que sai... bem, o nome já diz o dia que sai, e toda a edição de domingo. Essa edição do El País é quase uma entidade aqui na Espanha. Isso porque o jornal vende o dobro neste dia (e olha que custa 2,20 euros, o dobro de durante a semana). Não lembro bem os dados, mas acho que é uma tiragem de mais de 2 milhões de exemplares. Bueno, dito isso, imaginem minha felicidade de publicar logo na primeira semana no "DOMINGO". Na verdade, nem sabia desta aura que ronda os textos publicados neste dia. Só descobri que tinha um peso maior depois que uns tantos neguinhos vieram me perguntar, acho que incrédulos, se meu artigo ir sair no domingo, mesmo. E eu na maior inocência: "Sí, sí, por supuesto". Como diria a grande amiga-pernambucana Iara, Rainha do Maracatu, "Tô mais feliz que pinto no lixo". Segue abaixo o link da matéria.

http://www.elpais.com/articulo/sociedad/Suspense/politico/Amazonia/elpepusoc/20080525elpepisoc_5/Tes

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Da série coisas curiosas...

Os pneuzinhos, sim, aqueles que todos temos e queremos nos livrar, aqui são chamados de michelín. Pegou? Pegou?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Primeira página

Não, não do jornal nem do suplemento, mas do site. Deve mudar hoje a home, mas estava no fim de semana todo :)
http://www.elpais.com/elviajero/

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Antes tarde do que nunca

Pois é, estou meio relapso com o blog...
Falta colocar as imagens da Fiesta de Sevilla e da viagem a Paris.
Falta falar das touradas e dos incríveis textos sobre elas - os melhores do jornalismo espanhol na minha opinião.
Estou em falta.
Mas para ocupar a leitura, seguem os links para a edição do sábado passado. Recorde! Três matérias (bueno, duas e uma notita muy pequeña).

Formas de sosiego - uma matéria com coisas muy chetas* para spas e termas
http://www.elpais.com/articulo/viajes/Formas/sosiego/elpviavia/20080503elpviavje_7/Tes

Ventanales sobre la costa guipuzcoana - sobre um novo hotel de luxo/rústico no País Vasco e a notita sobre um hotel rural abaixo.
http://www.elpais.com/articulo/buena/vida/Ventanales/costa/guipuzcoana/elpepisupvia/20080503elpvialbv_10/Tes

* Cheta = do "argentino" cheto. Metido, chique, mauricinho. En español de España: pijo