sábado, 9 de agosto de 2008

Havia uma Servia no caminho...

Cena final - Chuva torrencial na fronteira entre Hungria e Servia. 21 horas. Mochilao ao lado, toalha saindo pelo fecho mal fechado pela pressa, tênis sujo amarrado na mochila, passaporte com um grande carimbo vermelho com palavras em um idioma ininteligível dizendo algo como "barrado", "rechazado", "negado" ou "anulado".



Pois é. Fui deportado da Servia. Deportado é um elogio, pois coloquei meio pé lá.



A história comeca em Praga, onde descobrimos a fantástica passagem a 70 Euros de Praga a Estambul, que seria nosso próximo destino, mas que para ir teríamos que ir a Budapeste e a Bucareste meio a contragosto, porque íamos perder dias. Já tinha checado se precisava de visto para Turquia e a rota mais lógica iria por Bulgária, entao nem me preocupei. Mas tinha uma Servia no meio do caminho.



O policial com cara de servio mal entra no ônibus, pede o passaporte, procura o visto que nao existia, claro. 1 - nao imaginava que iríamos pela Servia. 2 - nem supunha que precisávanos de visto para o país (deveria ter checado, sei). Tensao no ônibus. O motorista nervoso me pede para sair com tudo. Os dois amigos argentinos que viajam comigo nao entendem nada. Eu nao consigo explicar nada com o policial mal servio no cangote. Baixo tudo. Tendo negociar em inglês, que eles nao devem ter idéia de que língua é. Nada feito. Apontam para a Hungria, metros adiante. Saio desolado, lembrando de ter tido a meus amigos que "se vayan" a Estambul por mim.

A chuva nao pára. O Policial Mal me leva para o ponto onde os ônibus que fazem o caminho contrário passam. A missao é tentar que algum me leve. Nada feito na primeira hora. Quem iria levar um brasileiro que está no meio da fronteira porque foi rechazado por Sérvia? Nisso, vejo dois caras vindo de mochila no canto da rodovia, que nao tem acostamento. Os carros passam por um fio deles. Eram os dois argentinos, que desceram do ônibus para seguir viagem comigo. A fdp da mulher que era uma espécie de tradutora dos motoristas mentiu para eles que eu voltaria e o ônibus seguiu adiante, até o momento que eles quase se jogaram em cima do volante para parar o ônibus e descer.

Bueno, finalmente um ônibus rumo a Viena topou nos trazer. Detalhe: primeiro que vejo que ainda tem classe "fumantes". Hoje, de Viena, rumo para Veneza. Já conheco, mas é o mínimo que posso fazer pelos meus amigos que desistiram de Estambul.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

De mochila

Pois é, acabou-se a festa...

Seis meses que passaram como seis dias. Dias incríveis. Meses incríveis. Muito aprendido. Ainda mais a aprender. Tempo de pensar. Tempo de parar. Tempo de refletir. Tempo de curtir. Foi tempo de tudo isso.

Agora de mochila pela Europa.
Londres foi incrível. Quatro dias apenas. Muito de caminhar pelas ruas, fazer piqueniques nos parques, sentar em um pub e boludear, simplesmente. O melhor para fazer em Londres é boludear, caminhar sem rumo, parar para o cafezito obrigatório e apenas ver a gente que passa.

Hoje em Amsterdan. Que cidade! Parace uma cidade de contos de fada. Uma cidade de contrastes. Milhares de bicicletas pela rua. Milhares de gente pela rua. Prostitutas em vitrines. Maconha nas esquinas.

Amanha, Praga.