segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mulheres fruta

O que fazer nos dois minutos antes da entrevista marcada? Não, não vou começar a escrever um texto, nem ler a pesquisa para a reportagem. Sobra boludear por UOL, Globo.com, Kibeloco e cia para matar o tempinho. Sempre, sempre, há uma manchete "bombástica" sobre as mulheres fruta: moranguinho, melancia, melão, caviar (ok, há outros gêneros alimentares)... Olha, é de tirar o chapéu para a assessoria de imprensa desse povo. São, talvez, os profissionais mais criativos da imprensa brasileira. Esses dias a assessoria de Sabrina Boing Boing (quem?) - que não é fruta, mas joga no mesmo time - conseguiu emplacar manchete com ela usando máscara cirúrgica (contra a gripe suína, claro) no check in do aeroporto... em São Paulo. Detalhe: Congonhas (só voos domésticos). Pior não é eles fazerem isso: estão cumprindo seu papel. Pior é os grandes sites "comprarem" a maracutaia. Pior ainda é eu perder meu tempo lendo. Mas, vá lá, são só dois minutinhos antes da entrevista.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Duro pela profissão

Esses dias li no blog Vida de Frila, do Maurício Oliveira, algo sobre o que topamos fazer no início de carreira. Bueno, depois que vim para SP, no século passado, uma das minhas primeiras atribuições na Playboy era fazer a crítica dos filmes pornô. Ok, ok, até que divertido... Um trabalho para se levar para casa, óbvio - difícil era explicar para a empregada evangélica, que sempre dava de frente com uma pilha de filmes na sala, que aquilo era algo profissional. Depois de um tempo, acho que era o único cara que pulava as cenas de sexo dos pornôs para saber o "enredo". Pior quando o editor pedia "Eu quero números! Números!". E lá ia eu contar. Fácil? Nem tanto. E quando tinha uma gang bang? Perdia a conta. E quando há dois objetos ocupando o mesmo espaço - numa maneira polida de dizer - conto uma ou duas vezes? Dilemas do início de carreira...

Em tempo: da minha época de crítico pornô, recomendo o Projeto Uranus, uma megaprodução com cenas de sexo na gravidade zero e a grande Silvia Saint.

Entre tapas e queijos

Compenso o título ridículo com dicas preciosas (em vários sentidos) para quem está ou pretende ir para Madri. Como já disse, a tradição das tapas está acabando. É balela dizer que em todos bares espanhóis você ganha fartos acepipes sempre que pede uma cervejinha ou até um café. Hoje em dia, no máximo vem uma azeitoninha murcha ou um pãozinho meio duro. Mas, garimpando bem, ainda dá para encontrar bares que são a salvação dos pouco endinheirados. Como menos de 6 euros dá para beber e comer uma profusão de tapas. Minha segunda casa era o El Tigre. É o mais central e mais fácil de achar, mas há outros nos bairros. Quem estiver por aí, por favor vá por mim:

Casa Pepe - pede uma cãna por algo como 1,50 euros, vem uma porção de asinhas de frango. Serve também "de grátis" alguns embutidos e até orelha - essa passo, próximo petisco, por favor. Calle Celanova, 19. Se não me engano no Barrio de Pilar.
O Toxo - serve uma porção de empanadas gallegas deliciosas por cada cañazita - não mais que 1,50 euros. Calle Bronce, 35.
Lus Enemigues - uma profusão de tapas por cada caña, uns 2 euros. Tem salsicha, chorizo, almôndegas, batatas bravas, croquete... Calle Ezequiel, 115.
El Boñar de León - o mais carinho, ou melhor, menos baratinho. Por 2 euros vem a caña acompanhada de tapas como patatas bravas ou ao alioli, asinhas de frango, tortilla... e até um pratinho de, digamos, comida de verdade, como paella. Calle Cruz Verde, 16.


El Tigre: ok, as tapas não estão parecendo apetitosas na foto.
Mas garanto que são boas. E é essa quantidade que vem por cada caña.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Extraño España

Já são 5 meses longe das tapas, das cañas, da movida madrileña, da Europa... Já passou o período do choque, do baque. Sei que não é o melhor momento para ressaltar algumas vantagens de morar na Espanha. A coisa está muito, muito preta. Mas, enfim, vamos ao que echo de menos da vida por lá.

- passe ilimitado de transporte público: ônibus, trem, metrô na faixa com apenas um passe mensal, de pouco mais de 40 euros. Melhor, todo sistema viário interligado e bom.

- passagens de avião quase de graça: ir para Londres por 30 euros, para Paris por 27, para Berlim por 70 (ida e volta), para Santander (país Basco) por 40 centavos, sério, 40 centavos, com taxas.

- o preço justo das coisas: não está com dinheiro no bolso para comprar um queijo top de linha? No supermercado vai encontrar as bandejas com um adesivo gigante de 1 EURO. Quer se dar um luxo? Ao lado tem o queijo melhor - mas a diferença não vai arrombar o orçamento. É o preço justo. Quer mais qualidade, paga-se um pouco mais. O problema é quando tudo tem o mesmo preço - vide os queijos dos nossos supermercados, para citar um exemplo prático.

- promoções que, realmente, são promoções: nas famosas rebajas compra-se Zara, H&M e cia com descontos de até 70%, na real. Blusa de lã por 5 euros? Comprei. Jaqueta por 10 euros? Está no armário. E não é produto vagabundo, não.

- as tapas: pede una cervejinha, vem um prato de tapas (coisa cada vez mais rara ma Espanha, mas descobrimos os lugares certos). Comer, beber e estar turbinado para a festa com menos de 6 euros.

- andar sem medo: demora para se acostumar que é possível caminhar de madrugada pelo centro de Madri sem ter que ficar checando se o trombadinha não está à espreita. Acontece? Sim, mas em menor proporção - e sem revólver... ok, ok, pode até ter uma faca...

- trabalhar para viver e não viver para trabalhar: é uma relação diferente com o trabalho. Varar a madrugada fechando é um defeito, não uma qualidade. Ficar depois do expediente? Estás loco, hombre? Melhor são os bares e afins que, em pleno verão de agosto, ruas cheias de gente, colocam a plaquinha: De vacaciones hasta septiembre. Será que a crise vai mudar isso?


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Porque não quero Twitter

Posso algum dia me arrepender deste post. Posso algum dia descobrir as maravilhas do Twitter. Posso ser um boçal tecnológico. Mas, no momento, posso dar 5 razões para não querer um Twitter:
1 - Porque já é difícil organizar o turbilhão de informações que chegam por jornal, TV, internet, celular, revistas, MSN, Orkut e o escambau... Não, não preciso de mais.
2 - Porque se o "furo" que está "acontecendo agora" no Twitter é realmente importante - e mesmo se não é - vai estar em 5 minutos na home do UOL, à noite no Jornal Nacional, amanhã nos jornais e sábado nas semanais. Não, não quero saber antes de todos.
3 - Porque os amigos que importam, e se importam, mandam email e ligam quando querem conversar, programar algo, sair ou, como dizem os argentinos, simplesmente boludear (não fazer nada).
4 - Porque há melhor maneira de gastar 140 toques de leitura.
5 - Porque não quero seguir ninguém e muito menos ser seguido.