quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

De volta a casa

Pois é, já faz algum tempo que voltei. Mas para manter a tradição, faço o post com atraso.
Temas palpitantes (e surreais) que encontrei na volta:

* A onda das mulheres fruta
Mulher melancia, mulher moranguinho, mulher jaca... Eita, está feita a festa da uva! Toda a crasse da mulher brasileira.

* Homem mantén sequestrada ex-namorada e amiga dela
O caso que abalou o país, e teve um final bem brasileiro.

* Pai joga filha do prédio
E ainda tem coragem de contar uma história absurda e queria culpar o porteiro?

* CQC
Além da enjambração do nome (Custe O Que Custar, não seria COQC então?), o programa é bem mais certinho que o Caiga Quien Caiga da Espanha. Lá eles metem feio a bronca nos políticos, sem medo. E a sintonia do Marcelo Tas com outros dois na bancada? Só eu fico com vergonha por eles quando vejo o programa?

* Mallu Magalhães
Hein? É sério isso?

* Mallu Magalhães e Marcelo Camelo
Hein? É sério isso?

Bueno, mais do mesmo, sempre.

domingo, 12 de outubro de 2008

Diário visual

Sempre levava um diário de viagem. E a história se repetia. No meio eu me cansava de escrever ou escrevia por obrigação de escrever. Desta vez decidi fazer um sketchbook, ou seja, um diário visual. Não, não sei desenhar, tenho bem claro isso. Por isso trabalhei mais com simbologias, com detalhes, com imagens que me vinham à cabeça. Abaixo, algumas páginas. Não é para tentar entender. Algumas são impressões muitos pessoais do que a cidade representava.


Veneza - Itália


Praga - República Tcheca


Amsterdam - Holanda


Viena - Áustria


Florença - Itália

sábado, 11 de outubro de 2008

Da arte de dormir em ferry boat

O bilhete comprado dizia: DECK. Era o mais barato, óbvio. Confesso que a idéia de dormir ao relento no deque de um ferry boat dava orgulho ao meu sangue mochileiro. Bah! Não sou um turista pijo que compra cabine ou os tais "airport seat". Somos mochileiros, pô! Qué venga el deck! Ancona (Itália) - Patras (Grécia). 25 horas de viagem. Nossa estréia em ferry boat. Marinheiros de primeira viagem, entramos no monstro de lata e seguimos as ordens dos guardinhas do navio que nos olhavam com cara de nojo e mandavam subir e subir e subir os seis andares, passar pelos corredores acarpetados, vislumbrar os bares e restaurantes pelo caminho até abrir uma porta e sentir o vento na cara e o cheiro de óleo queimado: eis o deque. A cena é insólita. Mochileiros de todas as estipes correndo contra o tempo para estender seu saco de dormir no canto que vai chamar de seu - e ninguém tasca! - nas próximas 25 horas. A regra é "reservar" seu espaço, de preferência onde haja uma "cobertura" qualquer. Vai que chove no meio da noite? Encontramos um banco de madeira em forma de meia lua, embaixo de um teto, com vista para a piscina: é nosso! Estávamos crentes que éramos os reis supremos do deque, os melhores, os mais espertos. Nossa ilusão durou mais ou menos uma hora, quando decidimos que o lugar estava assegurado contra okupas e podíamos circular pelo navio. Quando entramos, vimos o quão principiantes éramos. Todos os corredores internos estavam lotados de mochileiros "profissionais". Sim, eles sabiam que a regra é a seguinte: quem tem o bilhete DECK pode dormir em qualquer lugar, qualquer mesmo, desde que não atravanque o caminho. Vale corredor, vale debaixo da escada, valem os confortáveis sofás do restaurante ou do bar. É um vale tudo. Dentro faz um frio de lascar, mas está livre do cheiro de óleo, das mudanças climáticas repentinas e do barulho do motor. Bueno, vencidos pela preguiça de desfazer nosso cafofo no teto do navio, ficamos por lá. Nem foi tão mal quanto prevíamos. Mesmo os pobres podem defrutar do bar, da boate, do restaurante, das lojinhas, do cassino, do banheiro com água quente, das TVs, da piscina. Como niños perdidos em uma loja de briquedos, nem sentimos as 25 horas. Ok, ok, a noite foi meio dura com o vento açoitando a cara, com a porta se abrindo e trazendo a brisa de freezer do interior do navio, com a família de sérvios (PS.: I hate Sérvia, de onde fui deportado) tomando todas do nosso lado, com o colchão de madeira, tendo que se equilibrar em um banco com uns 50 centímetros de largura... Mas, enfim, podia riscar da caderneta de "coisas para fazer antes de morrer" o tópico "dormir do deque de um navio". Abaixo, umas fotos deste e de outros deques da mesma viagem (sim, foram 5 ferrys no total).

Os "reis do deque" no ferry entre Ancona (Itália) e Patras (Grécia). Marinheiros de primeira viagem, nem sabíamos o paraíso mochileiro que se escondia nos corredores internos.


Esse era trash! Entre Atenas e Santorini, na Grécia. Cheiro de óleo queimado e esses bancos FDP para dormir. Não, nesse ferry não rolava compartimento interno. Mas a viagem durava apenas umas doze horas.


Agora, sim, eu já era um profissional! No ferry entre Santorini e Atenas descolei essa suíte de luxo, num corredor "sem saída" do lado da escada. Ah! Detalhe para o acessório imprescindível: máscara de dormir. No início meus amigos tiravam sarro, no final da viagem todos tinham a sua.


No mesmo ferry (Santorini-Atenas), a ala feminina. No canto esquerdo Maria, uma brasileira que encontramos por lá. No canto direito Vanessa, mexicana com quem eu estava viajando. No meio as duas gregas que já estavam acampandas ali quando chegamos.


O ferry mais "luxo", entre Patras (Grécia) e Bari (Itália), com direito a vidros que barravam o vento. Porém, como era um ferry super novo, já estava adaptado com um design "anti-pobres-mochileiros". Simplesmente não tinha corredor onde dormir sem atrapalhar o trânsito! Mesmo assim era clean, perfeito, silencioso, praticamente vazio... até.... as duas da manhã, quando parou em um porto e entraram dezenas e dezenas de famílias do leste europeu e dominaram todo o deque com seus jogos de cartas, tupewares de pepino, crianças berrentas, roncos e afins.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Saudade

Saudade no fundo é bom. É bom porque nos faz lembrar constantemente de quem mesmo longe está perto da gente. Perto na memória, perto no coração. É bom porque saudade vem com recuerdos e nunca são lembranças ruins. Sempre são acontecimentos, imagens, cheiros e sensações que marcaram. Saudade pode ter cheiro de café. Pode ter textura de cobertor (ah! aquela manta carcomida cor de amarelo ovo, o bom e velho frugui-frugui). Pode ser a visão da manteiga derretendo em um pão de aipim. Pode ser o recuerdo de uma lágrima vertida dentro de um ônibus rumo a Curitiba numa madrugada bajo cero na rodoviária de Caçador. Saudade é a prova mais fiel de que amamos. Pais, irmãos e amigos.

Abaixo, duas fotos de coisas que me despertaram saudade em Dresden, Alemanha, já explico porque:

Bolo de requeijão. A especialidade da Dona Lisette, minha mãe. Nem na Alemanha fazem um tão bom quanto o seu.


E não é que tinha um bar com o nome da cidade onde nasci?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

De volta à terra...

Depois de um mês boludeando pela Europa, de volta à terra. Atualmente em Valencia, onde fico mais um tempinho para fechar o próximo número da revista Naif. O número Premium (ou seja, zero) está amanha nas bancas de toda a Espanha! Quando tiver internet fixa conto mais sobre isso e sobre a viagem. Voltei à terra, voltei ao blog.

Para dar um "vistazo" na Naif, tem o site: http://www.naifmagazine.com/

sábado, 9 de agosto de 2008

Havia uma Servia no caminho...

Cena final - Chuva torrencial na fronteira entre Hungria e Servia. 21 horas. Mochilao ao lado, toalha saindo pelo fecho mal fechado pela pressa, tênis sujo amarrado na mochila, passaporte com um grande carimbo vermelho com palavras em um idioma ininteligível dizendo algo como "barrado", "rechazado", "negado" ou "anulado".



Pois é. Fui deportado da Servia. Deportado é um elogio, pois coloquei meio pé lá.



A história comeca em Praga, onde descobrimos a fantástica passagem a 70 Euros de Praga a Estambul, que seria nosso próximo destino, mas que para ir teríamos que ir a Budapeste e a Bucareste meio a contragosto, porque íamos perder dias. Já tinha checado se precisava de visto para Turquia e a rota mais lógica iria por Bulgária, entao nem me preocupei. Mas tinha uma Servia no meio do caminho.



O policial com cara de servio mal entra no ônibus, pede o passaporte, procura o visto que nao existia, claro. 1 - nao imaginava que iríamos pela Servia. 2 - nem supunha que precisávanos de visto para o país (deveria ter checado, sei). Tensao no ônibus. O motorista nervoso me pede para sair com tudo. Os dois amigos argentinos que viajam comigo nao entendem nada. Eu nao consigo explicar nada com o policial mal servio no cangote. Baixo tudo. Tendo negociar em inglês, que eles nao devem ter idéia de que língua é. Nada feito. Apontam para a Hungria, metros adiante. Saio desolado, lembrando de ter tido a meus amigos que "se vayan" a Estambul por mim.

A chuva nao pára. O Policial Mal me leva para o ponto onde os ônibus que fazem o caminho contrário passam. A missao é tentar que algum me leve. Nada feito na primeira hora. Quem iria levar um brasileiro que está no meio da fronteira porque foi rechazado por Sérvia? Nisso, vejo dois caras vindo de mochila no canto da rodovia, que nao tem acostamento. Os carros passam por um fio deles. Eram os dois argentinos, que desceram do ônibus para seguir viagem comigo. A fdp da mulher que era uma espécie de tradutora dos motoristas mentiu para eles que eu voltaria e o ônibus seguiu adiante, até o momento que eles quase se jogaram em cima do volante para parar o ônibus e descer.

Bueno, finalmente um ônibus rumo a Viena topou nos trazer. Detalhe: primeiro que vejo que ainda tem classe "fumantes". Hoje, de Viena, rumo para Veneza. Já conheco, mas é o mínimo que posso fazer pelos meus amigos que desistiram de Estambul.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

De mochila

Pois é, acabou-se a festa...

Seis meses que passaram como seis dias. Dias incríveis. Meses incríveis. Muito aprendido. Ainda mais a aprender. Tempo de pensar. Tempo de parar. Tempo de refletir. Tempo de curtir. Foi tempo de tudo isso.

Agora de mochila pela Europa.
Londres foi incrível. Quatro dias apenas. Muito de caminhar pelas ruas, fazer piqueniques nos parques, sentar em um pub e boludear, simplesmente. O melhor para fazer em Londres é boludear, caminhar sem rumo, parar para o cafezito obrigatório e apenas ver a gente que passa.

Hoje em Amsterdan. Que cidade! Parace uma cidade de contos de fada. Uma cidade de contrastes. Milhares de bicicletas pela rua. Milhares de gente pela rua. Prostitutas em vitrines. Maconha nas esquinas.

Amanha, Praga.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Tropa de Elite

Ufa! Finalmente saiu, entrou hoje no ar a matéria que fiz do Tropa de Elite. O encerramento da bolsa que está acabando. Depois de amanhã, Londres, Amsterdan, Praga, Turquia... Sem tempo para escrever nos últimos tempos...
Segue o link da matéria. Pena que foi só no site:

http://www.elpais.com/articulo/cultura/Tropa/elite/torturador/convierte/heroe/elpepucul/20080728elpepucul_3/Tes

terça-feira, 15 de julho de 2008

A última de El Viajero

Saiu este sábado a matéria sobre dicas da gastronomia paulistana. Bueno, comecei com 30 dicas, mas no final saíram catorze. Uma página no El Viajero. A última matéria - pelo menos como fixo do El País, porém há um caminho aberto para freelas. Engraçado que foi a primeira que escrevi e a última que saiu. Na versão em papel, tem foto do A Figueira, do Pirajá e duas (!) do Astor.

Até agora estava na capa do El Viajero: http://elviajero.elpais.com/
Mas se por acaso eles tiraram, encontras aqui: http://elviajero.elpais.com/articulo/buena/vida/Laberinto/sabores/Sao/Paulo/elpepisupvia/20080712elpvialbv_1/Tes

Esqueci de postar outra que saiu há algumas semanas, sobre uma exposição de fotos:
http://elviajero.elpais.com/articulo/viajes/Viajando/Joao/elpviavia/20080614elpviavje_2/Tes/

Quem entrar, deixa um votinho recomendando elas :)

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Tenemos tortilla, tenemos jamón. España campeón?

Lemos a pérola acima na camiseta de um grupo de torcedores que embarcavam para Berlim com a gente justo no momento em que comentávamos que os espanhóis são péssimos como torcida. Explico o porquê:
1 - eles não sabem fazer canções de torcida. As que usam são algo entre o pré-primário e a segunda série do primeiro grau - vide o "slogan" que o grupo teve a coragem de imortalizar numa camiseta. No jogo das semi-finais um grupo gritava: "Este partido nos vamos ganar"... E por aí vai...
2 - eles não acreditavam na seleção - vide o ponto de interrogação no final do "slogan. A grande aposta é se iam passar das quartas de finais.
Nossa suspeita é que tudo começa com o hino espanhol, que não tem letra. Sim, não tem letra. Meio frustrante não soltar a voz quando começa a música no estádio, não?
Bueno, mas Espanha tem tortilla, tem jamón e É CAMPEÓN! Ruas cheias de gente (sem um canto lá muito definido), praças lotadas (sem um showzinho pré-organizado), mas muita alegria (essa sim, comum a qualque torcedor que vê seu time ter uma conquista histórica, tenha ele, o torcedor, canto ou não). E nossa alegria era tão grande quanto de estar aqui neste momento.

Fonte da Plaza de Legazpi, tomada por espanhóis depois da vitória.


Outra de fonte da Plaza de Legazpi.


O caminho até Plaza de Cibeles, local tradicional de comemoração.


Plaza de Cibeles, onde se podiam ouvir cânticos como: "el día 29, España campeona". Hein???

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Vitrine

E a escolhida da viagem a Sevilha é...


Sevilha - Espanha - Abril 2008

Sevilla!

Depois de Las Fallas, em Valência, nosso circuito das festas espanholas teve uma parada em Sevilha. Era a Feria de Abril, uma das festas mais famosas do país. O ônibus nos deixou na estação umas quatro da matina. Ao sair, nos deparamos com uma mulher saindo do táxi vestida como uma autêntica espanhola, assim como vemos nos filmes: vestido comprido de bolinhas, cabelo preso com um adereço. Ficamos surpresos. Parecia, para ela, ser a coisa mais natural do mundo estar vestida assim. Bueno, fomos para a casa onde nos hospedaríamos. Qual nossa supresa quando, ao acordar, abrimos a janela e... dezenas de mulheres vestidas assim pela rua. Os homens usam uma roupa característica também. Depois de dois dias de festa, nos acostumamos com a cena e quase começamos a achar normal. Seguem algumas imagens da Feria de Abril.


"Que roupa colocarei hoje? Ah! Aquele vestidinho simples e cômodo que tenho no armário". Era o chiste que não cansamos de fazer ao circular pela cidade vendo figuras como essa senhora.


A Feria acontece um pouco mais distante do centro da cidade. E chique, mesmo, é chegar nessas "carruagens". "Oitenta euros? Não, obrigado, vamos a pé, mesmo.


As chicas vão com os vestidões, alguns chicos vão como este, mas a maioria vao "normal" mesmo. A regra na Feria é todos irem às casetas (as tendas onde tem música, comida e festa) com suas melhores roupas, para ver e serem vistos.
A foto acima é no parque onde estão as casetas. É como um bairro com mais de 100 barracas. A grande maioria - e as melhores - são privadas, ou seja, é necessário ser convidado ou comprar um passe que pode valer até uns 500 euros. Nós que não somos bobos nem nada aproveitamos a distração de uns seguranças e entramos em DOZE em uma caseta privada, e por lá ficamos, dançamos, comemos e tomamos muita manzanilla, a bebida típica da Feria, uma espécie de aguardente que sobe fácil, fácil...


"Que roupa coloco na minha filha para a festa? Ah! Aquela simples e cômoda!"

Nova editoria, novas matérias

Pois é, a notícia já é meio velha. Semana passada mudei do El Viajero para a editoria Domingo. Fechamos um suplemento com esse nome que sai... bem, o nome já diz o dia que sai, e toda a edição de domingo. Essa edição do El País é quase uma entidade aqui na Espanha. Isso porque o jornal vende o dobro neste dia (e olha que custa 2,20 euros, o dobro de durante a semana). Não lembro bem os dados, mas acho que é uma tiragem de mais de 2 milhões de exemplares. Bueno, dito isso, imaginem minha felicidade de publicar logo na primeira semana no "DOMINGO". Na verdade, nem sabia desta aura que ronda os textos publicados neste dia. Só descobri que tinha um peso maior depois que uns tantos neguinhos vieram me perguntar, acho que incrédulos, se meu artigo ir sair no domingo, mesmo. E eu na maior inocência: "Sí, sí, por supuesto". Como diria a grande amiga-pernambucana Iara, Rainha do Maracatu, "Tô mais feliz que pinto no lixo". Segue abaixo o link da matéria.

http://www.elpais.com/articulo/sociedad/Suspense/politico/Amazonia/elpepusoc/20080525elpepisoc_5/Tes

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Da série coisas curiosas...

Os pneuzinhos, sim, aqueles que todos temos e queremos nos livrar, aqui são chamados de michelín. Pegou? Pegou?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Primeira página

Não, não do jornal nem do suplemento, mas do site. Deve mudar hoje a home, mas estava no fim de semana todo :)
http://www.elpais.com/elviajero/

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Antes tarde do que nunca

Pois é, estou meio relapso com o blog...
Falta colocar as imagens da Fiesta de Sevilla e da viagem a Paris.
Falta falar das touradas e dos incríveis textos sobre elas - os melhores do jornalismo espanhol na minha opinião.
Estou em falta.
Mas para ocupar a leitura, seguem os links para a edição do sábado passado. Recorde! Três matérias (bueno, duas e uma notita muy pequeña).

Formas de sosiego - uma matéria com coisas muy chetas* para spas e termas
http://www.elpais.com/articulo/viajes/Formas/sosiego/elpviavia/20080503elpviavje_7/Tes

Ventanales sobre la costa guipuzcoana - sobre um novo hotel de luxo/rústico no País Vasco e a notita sobre um hotel rural abaixo.
http://www.elpais.com/articulo/buena/vida/Ventanales/costa/guipuzcoana/elpepisupvia/20080503elpvialbv_10/Tes

* Cheta = do "argentino" cheto. Metido, chique, mauricinho. En español de España: pijo

domingo, 27 de abril de 2008

Extra! Extra!

Matéria saída do forno, sobre um plano de ação da OMT para mulheres no turismo. Abaixo dá para ver a carinha dela no jornal.

http://www.elpais.com/articulo/viajes/Mujeres/primera/fila/elpviavia/20080426elpviavje_4/Tes/

Dois achados

Bueno, até estão nos guias, mas para mim foram duas descobertas:

El Tigre (Calle Infanta, 30, Chueca)
Eu que já estava contente en ganhar um pratinho com umas cinco ou seis fatias de chorizo sempre que pedia a sagrada cañita do dia a dia, descobri hoje o paraíso. O bar não é lotado por acaso. Você pede uma caña e vê o garçom depositar um prato - disse prato, não pratinho - com uma profusão de tapas. Así de sensillo. Com a minha última caña, se bem recorda minha alcoolizada memória, vieram: dois trozos de tortilla, uma croqueta de jamón, dois pintxos de chorizo con salsa de tomate e alho e duas batatas bravas (com molho picante). Ok, isso foi depois que pedimos várias cañas e já tínhamos provado para o garçom que enquanto ele mandasse bala nas tapas a gente continuaria pedindo. Mas desde a primeira já começou farto o serviço. É... o paraíso.


El Tigre, em foto surrupiada na internet. E olha que eu estava com minha câmera. Tsc...tsc...

La Soleá (Cava Baja, 34, La Latina)
Flamenco de graça? Sim, tem. E melhor, espontâneo. O bar é um dos points de gitanos e cia. que reunem-se ali para soltar a voz no flamenco. A cantoria começa tarde. Antes das 23 sempre tem o violeiro, uma moça que consegue a proeza de bater uma vez as palmas e fazer dois sons diferentes - ainda não descobri como - e um senhorzinho que tem duas bolas de basquete na barriga e canta bem mais ou menos na minha modesta opinião - é bem aplaudido porque, afinal, é um senhorzinho. Depois começa a lotar, de turistas e de gitanos, e o flamenco reverbera. Nas sextas e sábados o calor humano é quase demasiado. De repente, o cara que está do seu lado toma fôlego e começa a soltar o gogó, as palmas ritmadas empiezan e está feito o show. Depois passam um pratinho para depositar as moedinhas - ok, ok, não é totalmente de graça. O curioso é ver uns moleques vestidos como manos americanos cantando esse som melancólico, triste, sofrido e... lindo.


Detalhe: esse cantando é outra figura que vive lá mais cedo, junto com o velhinho-duas-bolas-de-basquete. A voz dele dá medo... rouco-arranha-garganta. Ele poderia fazer campanha contra o fumo. Quando eu parar, ele terá 75% dos méritos.

PS.: La soleá (soledad en dialecto andaluz) es una combinación métrica propia de la lírica popular andaluza, compuesta por tres versos de arte menor octosílabos con asonancia en el primer y el tercer verso y sin rima de ninguna especie el segundo (8a, 8-, 8a).

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Publicando

Toda semana tem saído alguma nota. Algumas assinadas, outras não. Segue agora o link para a materinha desta semana e, à noite, uma fotinho para "mostrar" como saiu. Pois é, até o final da beca ficarei especialista em nariz de cera.
http://www.elpais.com/articulo/viajes/Baja/ascensor/sube/adrenalina/elpviavia/20080412elpviavje_5/Tes/

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Vitrine

E a escolhida da viagem a Portugal é...

Torre de Belém - Portugal - Março/2008

Edu Viajes

Pois é, me tornei uma espécie de cicerone, guia, líder, agência de viagens, que seja, dos Balboas. Bastou um email bromeando com a idéia de Edu Viajes e agora sou o porta-voz das escapadas do grupo. Posso dizer que a estréia da empresa foi um sucesso de público e crítica. Semana Santa em Portugal. 13 dos 20 compareceram. Algumas imagens fornecidas por, vá la, Edu Viajes:

Ah! Os pastéis de Belém. Pior que descobri que na outra vez que fui a Portugal tinha comido os errados! Bueno, agora já provei o verdadeiro.

Pose mais que manjada no Mosteiro dos Jerônimos. Mira que cara séria.


As chicas posando de modelos em Cascais. Aliás, o lema do grupo é: "no importa donde durmamos, que comamos, como llegamos, lo importante es "LA FOTO"

O quarto dos chicos no albergue. Não dá para ver, mas tem uma cama improvisada no chão para um do grupo que não conseguiu vaga e dormiu clandestino.

Tempo de pensar

Quem bom tirar um tempo para pensar na vida. Tem sido bom. Mil idéias, mil projetos, algumas incertezas, outras certezas. Tempo de recarregar baterias, de viver esta experiência para seguir adiante. Ganhar forças para seguir em frente, sempre. O que o futuro reserva? Ninguém sabe. Mas já me sinto mais preparado para ele. !Qué venga!

sábado, 29 de março de 2008

Rotina?

Que a rotina não me atinja. Que o caminho trabalho-casa-trabalho tenha paradas para uma caña no meio do trajeto. Que a preguiça não me alcance. Que cada esquina continue descortinando surpresas. Que os dias em casa sejam por opção. Que a vida siga cheia de descobertas. Sempre e sempre.

quarta-feira, 19 de março de 2008

A loucura das Fallas

Este fim de semana fui conferir as Fallas de Valencia. A festa é uma loucura, milhares de pessoas circulando pelas ruas do centro histórico da cidade. Dia, tarde e madrugada adentro. A grande atração da festa são as fallas, esculturas gigantes - umas menores também - colocadas em cada esquina. É uma espécie de carro alegórico parado. E, confesso, com acabamento bem melhor que os do carnaval do Rio. Quem constrói elas são os falleros, que podem ser vizinhos de um bairro que economizam todo o ano para paga a falla. Se bem que empresas estão colocando muito dinheiro em algumas fallas, o que é criticado pelos falleros autênticos, pois acaba com a competição honesta. Sim, há uma disputa de falla mais bonita.



Reparem não apenas no tamanho desta, mas também na proximidade da falla com os prédios. E olha que essa nem era a mais próxima. Algumas são coladinhas aos edifícios. Qual o problema? É que no dia 18 de março todas - todas, mesmo, as 300 e tantas - são queimadas ali, mesmo, em plena rua. Infelizmente não pude ficar para ver, mas dizem que é um misto de basbaquismo, horror, admiração e medo. Uma cortina de fumaça e fogo ardendo perto dos prédios e, claro, das pessoas. Há um regra: todo ano tem incêncio - por quê será? - e alguém que perde o olho.



Essa é a maior falla a cidade, com cerca de 30 metros. Esse ano o empresário de construção civil "dono" dela gastou 1 milhão de euros nela. O que, na verdade, é uma grande sacanagem com os outros falleros, pois participam na competição especial - algo como escolas de samba do grupo A - as fallas que custarem pelo menos metade do maior valor gasto no último ano. Ou seja, ele elevou o ponto de corte para 2009 em 500 mil euros. Abaixo um detalhe dela. Com tanto dinheiro assim tinha que ser bonita, mesmo.



Mas a festa tem mais. Todo dia, 14 horas, a Plaza del Ayuntamento recebem uma multidão de pessoas para acompanhar a mascletá, uma queima de fogos de uns 5 minutos. Achei estranho os pessoal do meu lado colocando tampões de ouvido antes... até que descobri porque. Até hoje estou meio surdo. Olha a multidão:



E, por supuesto, ir a Valencia e não comer a verdadeira paella... valenciana seria uma heresia. Fomos com a Rachel (primeira à direita), que mora lá, comer num dos restaurante mais conhecidos, na praia.



E também teve tourada, mas isso é assunto para outro post. Abaixo, uma fotinho para adelantar o tema.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Olha o link aí gente!

http://www.elpais.com/elviajero/europa/index.html

Já que estou me achando, segue a fotinho. Prometo que será a última vez que fico avisando, ok? Essa vale por ser a primeira, não vale? A estréia no El País. Atualizando este mesmo post: neste sábado sai outro artigo. Por isso vou parar de encher o saco com isso. Só volto a fazer quando for capa. Vale?

quinta-feira, 13 de março de 2008

Albergue espanhol

Quando viajo, sempre me lembro do filme Albergue Espanhol. Mais especificamente de um pensamento do protagonista, Xavier, um estudante francês que vem morar na Espanha e acaba compartindo (vou adotar o compartir em português também) apartamento com mais sete jovens de diferentes nacionalidades. A cena mostrava as ruas de Barcelona vazias, se não me falha a memória, e a voz em off falava algo sobre a estranha sensação de se chegar pela primeira vez em uma cidade em que vai morar. Da maneira como aquelas ruas, então desconhecidas, em pouco tempo se tornariam cenário de seu dia a dia. Seriam seu ambiente e, de certo modo, seu lar. É louco viver isso, ter esta sensação. Hoje já sei que se entro no quarto vagão do trem no metrô Pacífico, vou sair exatamente na frente da saída para a escada rolante do metro Diego de León e assim economizo uns dois minutos no trajeto de quase uma hora e duas trocas de metrô até o trabalho. Já sei que andando duas quadras para baixo e meio quarteirão à direita há um restaurante grego com o melhor kebap da região, por módicos 3 euros. Que a senhora de nacionalidade desconhecida que canta todos os dias no metro adora a música Quizás, Quizás, Quizás - um dia pararei para dar uma moeda a ela. Que dos três orelhões da esquina, o do meio não funciona e o de trás tem som muito baixo e com ruído. São coisas que ajudam a, digamos, sentir-se em casa, uma nova casa. Pois é, estou em processo de construção de um lar. Em estágio já avançado, diria.

Notícia atualizada

Pois é, agora está impresso, na minha frente, não tem mais volta. Esse sábado sai a primeira nota. Coisa pequena, por supuesto, mas tá la o nominho.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Notícia nova

Este sábado, muito provavelmente, sairá minha primeira nota. À noite saberei com certeza.

Notícia velha

Zapatero ganhou.

domingo, 9 de março de 2008

La Terrazita - 20:32


Imagens do dia

Do passeio a Alcalá de Henares, cidade ao lado de Madri onde nasceu Miguel de Cervantes, as imagens do dia são:


Protesto contra o grupo ETA, que ontem rompeu a trégua e cometeu um assassinato no país Vasco.


Pedindo uma mãozinha para Don Quijote.

Ainda sobre eleições...

Na Espanha o voto leva em conta, principalmente, o partido e não o candidato. O peso da linha do partido, de seus princípios, é muito forte e já está arraigado no voto de grande massa dos espanhóis. É claro que um picolé de chuchu pode perder muitos votos dos indecisos, dos que não têm seu partido definido. Mas a grande massa sabe: se voto PSOE, voto na esquerda, se voto PP, é na direita. E em tudo que cada um representa. Eles sabem que quem colocam lá, pelos menos a princípio, vai seguir as diretrizes do partido, aquelas diretrizes que eles já conhecem, confiam e acreditam. Pois é, quanta diferença...

Isso sim que é debate

Abre-se um tema por bloco e os candidatos estão livres para falar. Começa a pelea. Vale chamar de mentiroso na cara, subir o tom de voz, tentar rebater o outro enquanto ele está no seu tempo de fala. Nada de microfones cortados. Isso sim que é debate! Nada da onda politicamente correta, padrão global, que assola os debates no Brasil nos últimos tempos. Aqui o circo pega fogo. E não dá sono.

Jornalismo parcial

Amanhã tem eleições para presidente aqui. O que mais nos surpreendeu foi que os jornais assumem abertamente suas posições políticas. É quase descarado, ou melhor, é descarado o apoio a determinado candidato. O jornal El Mundo chegou esta semana ao limite máximo nunca visto nem mesmo aqui, onde já é tradição esse posicionamento e não choca a ninguém, e fez um editorial pedindo votos ao candidato da direita. Aliás, o único grande jornal que defende a esquerda é o El País, os outros caem em cima de Zapatero, o atual presidente e, se as previsões estiverem certas, vai continuar no posto. Um dia depois do primeiro debate, a capa dos dois maiores jornais, o El Mundo, de direita, e o El País, eram:



Quem ganhou o debate? Tem que ler os dois e tirar suas próprias conclusões. Aliás, um grande, digamos, divertimento, é cada um de nós comprar um jornal e comparar a mesma notícia política em cada um. Parece que cada jornalista ouviu o que queria, ou o que o chefe queria...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Vitrine

E a escolhida da viagem para Segovia é...


Catedral - Segovia - março - 2008

Imagens de Segovia

Hoje vão as fotos. Comentários outro dia, sem sono.


Descansando na Catedral. Da frente para trás: Efrén (El Salvador), Conié (Guatemala), Wilder (Nicarágua), Marlene (Paraguai) e, lá atrás, Shelmar (Panamá)


Turma toda posando em frente à Catedral de Segovia


Sim, do Youtube para as camisetas

sábado, 1 de março de 2008

O dia em que eu não estava lá

Ele estava nervoso. Gravata apertando o gogó, sapato novo arranhando o calcanhar, gravata levemente torta e aquele frio na barriga que precede momentos decisivos. Quase antecipo a profusão de tiradas sem graça que deve ter feito para amenizar o nervosismo. Não seria ele se não as fizesse. Ela tampouco estava calma. Quase não comeu nada durante o dia, ficou em dúvida com o penteado - mas depois tranquilizou-se -, analisou mil vezes o vestido pendurado na porta do armário para pegar mais um ar e soltou uma dezena de vezes aquela risada única - foi sua tática para acalmar as borboletas na barriga. No espaço destinado aos degraus do altar que não havia, ele batucava o pé impaciente. Nos bastidores, ela desfolhava o buquê enquanto esperava a hora de entrar. Fingia aquele misto de calma e segurança, é certo, mas estava uma pilha. A cerimônia começa. No caminho até o altar sem igreja rostos conhecidos, sorrisos verdadeiros, olhos marejados. Ela se esforça para não chorar. Ele faz de tudo para se conter. Ambos conseguem, seus pais não. Queriam uma cerimônia diferente. Mas, no final, casamento é casamento, não importa os detalhes inéditos. A troca de alianças, as frases de amor eterno, o sim e o beijo final acabam deixando casamento com cara de... casamento - seja no sertão ou NY, na favela ou no castelo. A festa, essa sim, é que pode, e pôde, fazer a tal diferença. As bandejas revelavam, finalmente, os quitutes guardados como segredo de estado. O casal, agora oficial, quis logo decretar que a festa podia começar, sem a lenga lenga dos trâmites costumeiros, e começou a dançar - para desespero da mãe da noiva, que prefere o tradicional. Ao invés do mesa a mesa, foram de roda em roda saudando os convivas. Nas mais animadas, abraçavam-se todos e pulavam em um grande círculo - ok, ok, isso já foi lá pelo meio para o final, quando já estavam de havaianas, alguns com a gravata querendo ir para a cabeça, cena bizarra, mas decreto máximo de que a festa está boa. Na passagem para o corte da gravata, ela resignou-se em torcer para que os amigos do noivo, ou melhor, marido, não dessem tanto vexame. É, foi daquelas festas que os amigos comentam anos depois. Daquelas que se tornam marco de referência. Depois dela, vai haver pior que ela e melhor que ela - o que acredito difícil. Umas cinco da manhã, poucos sobreviventes, os dois dançam no meio do salão, os pés doem, estão cansados, um pouco bêbados - mentira, muito bêbados -, rostos colados, trocam aquele olhar que não exige palavras, ela aperta o rosto dele com as duas mãos - ou cutuca a não barriga que ele julga proeminente? Não estou bem certo -, eles se abraçam e prosseguem a dança de uma vida, agora oficialmente juntos. Foi assim que foi. Foi assim que seria. Quase aposto nisso. Só não dou certeza plena pois esse foi o dia em que eu não estava lá.


Diogo e Giu. Vocês sabem o peso no coração que me dá não estar aí hoje. É como faltar ao casamento de um irmão, porque vocês são mais que melhores amigos. Escrevi este post nessa hora porque deve ser o momento em que vocês devem estar casando. É minha maneira de estar aí com vocês.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A musa

E já que hoje é o dia das fotos, a musa do blog: La Terrazita