quinta-feira, 13 de março de 2008

Albergue espanhol

Quando viajo, sempre me lembro do filme Albergue Espanhol. Mais especificamente de um pensamento do protagonista, Xavier, um estudante francês que vem morar na Espanha e acaba compartindo (vou adotar o compartir em português também) apartamento com mais sete jovens de diferentes nacionalidades. A cena mostrava as ruas de Barcelona vazias, se não me falha a memória, e a voz em off falava algo sobre a estranha sensação de se chegar pela primeira vez em uma cidade em que vai morar. Da maneira como aquelas ruas, então desconhecidas, em pouco tempo se tornariam cenário de seu dia a dia. Seriam seu ambiente e, de certo modo, seu lar. É louco viver isso, ter esta sensação. Hoje já sei que se entro no quarto vagão do trem no metrô Pacífico, vou sair exatamente na frente da saída para a escada rolante do metro Diego de León e assim economizo uns dois minutos no trajeto de quase uma hora e duas trocas de metrô até o trabalho. Já sei que andando duas quadras para baixo e meio quarteirão à direita há um restaurante grego com o melhor kebap da região, por módicos 3 euros. Que a senhora de nacionalidade desconhecida que canta todos os dias no metro adora a música Quizás, Quizás, Quizás - um dia pararei para dar uma moeda a ela. Que dos três orelhões da esquina, o do meio não funciona e o de trás tem som muito baixo e com ruído. São coisas que ajudam a, digamos, sentir-se em casa, uma nova casa. Pois é, estou em processo de construção de um lar. Em estágio já avançado, diria.

2 comentários:

Suz disse...

Eu adoooro esse filme, tive que revê-lo antes de vir pra cá. E a continuaçao dele, As Bonecas Russas, é ótima também. Tirei foto (turista aê) num dos barzinhos que o protagonista vai em BCN. Eu sempre tenho uns dejavus quando passo por aquelas ruas de Barcelona... ah sim, eu gosto do tiozinho que canta Bob Marley no metro Av de America. Sempre alegre, e sempre a mesma música. E volto contente pra casa :)

Rafaela disse...

Eu gostei muito desse filme.
Nas minhas últimas andanças, pensei coisas parecidas. É tão bom viajar. Não vejo a hora de partir de novo!

Beijos.
Rafaela